- Terror Noturno
Oi.
Lendo meu livro “Psicologia do Cotidiano” me deparei com o nome “Terror Noturno” designado para descrever um conjunto de Transtornos que ocorrem uma noite. E é bastante comum em crianças. Também conhecida como Síndrome do Terror Noturno.
O que ocorre durante essa noite temida? Várias coisas assustadoras. Entre elas, paralisia do sono ou apneia do sono, aflição com a escuridão do quarto, pesadelos, insônia, sensação de dor de cabeça, sufocamento, delírios, falta de ar, cansaço, são tantos conjuntos em uma só noite que nos faz pensar que essa é a pior noite de nossas vidas.

Muito se sabe sobre as sensações vivenciadas pelo Terror Noturno, mas pouco se fala sobre as causas desse transtorno. Não é como explicar um caso fictício de Freddy Krueger e sim tentar analisar a situação do ponto de vista psicológico. É como se uma taquicardia aparecesse subitamente antes de acordarmos e nós não sabemos o que dizer do que se passou, apenas que a noite foi agoniante.
Sei que eu precisaria conversar diretamente com o paciente para obter uma análise mais objetiva e não superficial, mas posso tentar deduzir os fenômenos produzidos à noite: Origem dos sintomas. Que tipo de amedrontações e espasmos são esses.
Diretamente ao agente causador: A noite. Para muitos, ela não é um palco Para observar o universo, nem para ver as estrelas e a Lua. Para muitos, a noite é mais perigosa do que o dia. Ela acentua nossos pensamentos de medo pela insegurança do desconhecido, do crime, do policiamento e nos causa uma sonolência que nos deixa vulneráveis.
Há também a quietude. Ela é sistêmica: A quietude leva à solitude ou solidão, juntamente com a sensação de sonhar e dormir, relembrar fatos na nossa área intermediária, resgatar desejos que vem desde a infância. Aquilo que é proibido durante o dia, já não é um tabu durante a noite. Aquilo que é censurado será revelado. Assim ficamos ansiosos e tensionamos nossos grupos musculares. Assistimos o que não devemos, absorvemos o que não queremos. Demandados um “Protège-Moi”, de uma pessoa que nos abrace enquanto sentimos o pânico do dia seguinte e o sonho do psicopata.

A noite é abrangente, devastadora, amplificadora e nosso inconsciente destranca todas as portas para nos deixar nus com nossas almas.
Não podemos lutar contra ela. Dormir é inevitável. Mas podemos abraçar a Sombra com o Eu (Self). Podemos contextualizá-la, ressignificá-la, torná-la o mal necessário, a penumbra do nosso Sol interior. A reflexão cai, e junto com ela, misérias de nossas almas. O acalento vem de braços dados com a melancolia.
Tateamos nossos caixões e beijamos nossos fantasmas. Somos pequenos diante da imensidão.
Para se afastar do terror noturno, devemos brilhar. Mas não é o brilho do Sol. Devemos ser o isqueiro ou fósforo do éter desconhecido que involuntariamente adormece nossas vidas beijadas pela luz do Sol.
